
As fêmeas olham-no.
Gostam daquela animalidade.
Ele ronrona-lhes. Ele bafeja-lhes no ouvido falinhas mansas, enquanto lhes pousa no cachaço a sua garra muito quente, para que lhe sintam a força e a temperatura.
- Blá, blá, blá blá... e mai’ na’ sei quantos... dava-te uma lavagem à gato!
- Davas o quê?
TCHAN, TCHAN, TCHAN, TCHAN!
Agora é que começa o baile!
A música aumenta de velocidade. As luzes aumentam de velocidade. O pensamento da gaija aumenta de velocidade, e fica com a frase do gaijo a dar-lhe a volta à cabeça, tipo satélite, muito veloz, muito veloz, muito veloz. Até ficar tonta, como a bela adormecida depois da maçã...
“Come on baby light my fire, try to set the night on fire”…
O gaijo, felino, atira-lhe setas pelos olhos, cantando ao duelo com o Jim Morrison, que naquele instante atravessa as colunas.
A noite esgota-se.
Que foi feito do gaijo?
Que foi feito da gaija?
No dia seguinte, ele aparece no Bar da Praia, com os seus fantásticos óculos escuros, a namorar, calado e surdo, uma bola de berlim. Responde às bocas da pandilha com finura de Charles Bronson.
Penetra na água, daí a pouco, para o outro amor que lhe apaga o fogo.
Rasga uma onda.
Alguém o nomeia: “The King of the Night!”
2 comentários:
Sem comentáios temos aki um escritor ke deixa Miguel Sousa Tavares roido de inveja!
Bela peidola!...
Enviar um comentário