quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pessoal, não é para fazer pirraça, mas... estou de saída para ir apanhar umas ao Cantinho! hihihi

:P

cinco mil surfadas!

Depois de, no fim de Janeiro, termos registado o primeiro milhar de visitas, não foi preciso esperar muito tempo para atingirmos a marca das cinco mil.
Um número, é claro, que nos congratula, pois um espaço que começou por ser uma singela diversão de um punhado de amigos rapidamente se transformou no incontornável ponto de encontro de muitos daqueles que, por norma, se vinham cruzando exclusivamente na velocidade dos fins-de-semana em redor das ondas do Cantinho, Baleal - Peniche.
Mantendo constante o seu pretexto original, que é o do surf e da amizade, o blogue cresceu. Em gente, em género e em conteúdos. Dos oito nomes que, no início de Janeiro, constituíam o grupo de team riders, passámos a meta da vintena, com destaque para a inclusão de dois elementos femininos (a Pek e a Raquel), que vieram colorir a equipa, e do primeiro estrangeiro, o alemão Daniel, da 58 Surf Camp.
Muitos tardam, porém, em aventurar-se nestas águas. Ficaram-se, outros, pela onda da sessão única. E houve, ainda, os que se arredaram duma certa pica inicial.
Razões terão. Sejam lá quais forem, continuam a tempo de (re)aparecer por aqui. O blogue merecia.
Uma última palavra para o nosso grupo de “seguidores”, que, às mil surfadas, incorporava apenas a Anabloom. O rol cresceu, interessante, para a meia dúzia, com os registos da Flor, da Raquel (entretanto, autora), do Bruce Waynnex e das residentes no outro lado do Atlântico Patrícia Miranda e Carol, a comprovar que algum regionalismo, naturalmente intrínseco, não pesa, afinal, além-fronteiras.
Pela atenção que nos dispensam, a todos eles, bem como aos demais que vão passando por aqui, aquele abraço!
Um brinde ao surf e à amizade!
Ao Cantinho da Onda!

Foto: Craig Baxter

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ondas de amor e pureza

Descobri esta bela imagem, da ilustradora brasileira Mariana Massarani, num artigo com o título "Ondas de Amor e Pureza", publicado no blogue Por Dentro das Ondas.
Decidi transferi-la e não adiantar comentários.

Nota: Um agradecimento especial à nossa seguidora Carol, que, por ser, também, seguidora dos blogues Muitos Desenhos e Por Dentro das Ondas, me proporcionou o contacto com a ilustração.

sábado, 25 de abril de 2009

the past

Depois da imagem apocalíptica que nos trouxe o Sérgio (de fazer pensar), lavei os olhos nas três graças balneares deste retrato antigo – quando o surf, nas nossas praias, era tão conhecido como os hambúrgueres.
Puro contraste.
Quase adivinho que, após o ensaio para o belo clichê do tio Gervásio (imagino-o assim), estas longínquas estrelas do mar deverão ter ido pousar nas toalhas os traseirinhos delicados, e sacudir, meticulosas, das pernas níveas, dois grãos de areia.
- Olhe, Fifi, trago na cesta a limonada da mamã e o pão com geleia, de que a priminha tanto gosta.
- Muito obrigada, prima Quicas. Reservo o apetite para depois do banho.
Com o seu bigode à guiador de bicicleta, escoltá-las-ia até às ondas o tio Gervásio. Depois do banho, procurariam vistosas conchas para a tia Josefa, que usava hospedá-las nos canteiros do quintal, ao pé das begónias.
E voltariam, prazenteiras, com as suas toucas tricotadas, para o pão com geleia, rindo do fato de marinheiro às riscas do vizinho Valério, que tinha vindo passear ao sol o reumatismo.
Tornariam a casa no Morris Minor do tio Gervásio, que cheirava a couro e a copper-tone, olhando, nostálgicas, pela janela, o vagaroso passado das ondas.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

the future


Já não falta muito para o cantinho da baia ficar assim...

memórias de uma conversa ao fim da tarde no bar da praia que ninguém ouviu

- Eh pá, eu estou a ver bem?
- Que dropinanso!
- É o Greg Noll...
- A dropinar o Dewey Weber!... Nem os amigos lhe escapam!...
- Não digas maldades! O homem tem é miopia...
- Admito. Por isso é que, no outro dia, ele andava a surfar de óculos!
- De óculos?!
- Sim, eu até lhe disse: “Deves ter medo que te entre um cisco pro olho quando vier o set, não?...”
- Já pensaste? Se fôssemos todos míopes, surfávamos todos de óculos...
- Nascia a indústria dos óculos para surfar, com limpa-pára-brisas e tudo!
- O Greg é muito à frente. Até tem um Mp3 à prova de água!
- A sério?!...
- Diz que faz tubos a ouvir o Tony Carreira...
- É sem dúvida um tipo sofisticado. A mim, já me disse que vai comprar uma prancha que dá para surfar em câmara lenta! E com função “rewind”!... Para passar horas a refazer a melhor onda!...
- Olha aí, deixa passar o senhor com o cão.
- Porra! Agora, até os cães entram no bar!
- Antes cães do que gatos.
- Não gostas de gatos?
- Já nem Deus gostava!
- ....?!
- É o único animal doméstico que não vem na Bíblia!...
- Como é que sabes essas coisas?!
- Contou-me o Greg.
- O Greg?! Ele leu a Bíblia?!
- Não! Leu o “Livro das Inutilidades”...
- Eh, eh, eh, eh...
- Foi lá que ele descobriu que o alfabeto do Havai só tem doze letras e que foi o Fernão de Magalhães quem baptizou o Oceano Pacífico.
- Olha aí, deixa passar a senhora com os croquetes.
- Até no bar temos de levar com o crowd...
- Porque é que esta gente não come em casa, que sai muito mai’ barato?!
- É a vista.
- Porra, metam um poster das Maldivas na cozinha...
- Olha aí, deixa passar outra vez a senhora.
- Leva o café na mão... deve ir reclamar... que tem mosca!
- Olha, chegou o entulho. Mais uma escolinha de surf!...
- Antigamente, ninguém precisava delas para aprender a surfar!...
- Pois... os Beatles também não sabiam ler música...
- Aí vem o Greg, com a barriguinha cheia de ondas!
- É... mas vais ver que ainda lhe sobra espaço para o bolo...
- Eh pá, deve ‘tar zangado!... não falou a ninguém! Parece um polícia!...
- É da fome! já só enxerga o tabuleiro dos bolos!...
- Depois diz que ‘tá gordo e que sofre dos gases...
- Vai lá tirar-lhe uma foto para metermos no blogue.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

sonho ou pesadelo?

Como todos se lembram, deu à costa, em 2006, na Baía de Peniche, o casco de um barco que estava a ser rebocado para um estaleiro, a fim de ser finalizada a sua construção.
Já pensaram que, em vez de dar à costa, podia ter-se afundado a alguns metros da praia e ter formado um reef artificial e dar ondas de sonho?
Mas, também, já pensaram uma merda destas dar à costa carregada de crude?!...
Eu pensei. E não estamos, disso, assim tão longe. Passam, todos os dias, ao largo da nossa costa, inúmeros petroleiros. Tivemos, em 2002, o caso do Prestige, cujo derrame só por sorte não nos atingiu.
Uma situação destas era o adeus aos fins-de-semana tal como os conhecemos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Para quando uma surfada em família com o pessoal do Cantinho da Onda? ... ou uma jantarada, vá.
Fica a dica.
:)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

filosofia do pé cagado II, ou: o segredo da ausência do grande Carlitos

A diva americana Bettina Brenna decidiu reunir algumas lendas do surf mundial na sua festa de aniversário, realizada no mês passado em Hermosa Beach, Califórnia.
A conhecida showgirl, que esteve recentemente em Vila Franca de Xira a convite de Carlos de Oliveira para assistir a uma corrida de touros, resolveu retribuir a cortesia do surfista português com um bilhete aéreo para Los Angeles.
Carlos passeava-se airosamente, uns dias depois, com um copo de vermute e uma azeitona no meio dos míticos Mark Richards e Tom Carroll, atraindo a curiosidade da imprensa local, que se concentrou na Surf’s Magic House para cobrir o evento.
Durante cerca de uma semana, Carlitos surfou os principais picos de Santa Mónica, sempre escudado, ante o crowd violento, pela presença gulliveriana de Bettina Brenna, que lhe descascava o pêssego depois das ondas e o transportava com glamour de volta a casa num cabriolet amarelo dos anos sessenta.
Segundo foi possível apurar junto de fonte ligada à família, o transformado "Charles Oliver" terá confessado, por essa altura, em conversa telefónica mantida com a sua mãe, haver encontrado finalmente uma mulher à medida, que, além de ser boa a descascar pêssegos, até cozinhava arroz de lentilhas e lhe passava amorosamente as peúgas a ferro.

Pensou em trazê-la para Portugal, para o ajudar a armar a tenda e acender-lhe o Petromax.
Mas ela nicles.
Pediu-lhe inverso o sacrifício – havia os dólares da passarelle e o show de Vegas, que não fazia questão de largar.
Carlitos cansou-se.
Enfiou no i-pod o Lenny Kravitz e olhou dos céus, assim que pôde, a Península Ibérica.
Sobre a notícia de que se apartara, por amores, do seu Cantinho, alguém o ouviu proferir à chegada, premonitório: «Antes cagar um pé todo!».

Foto (cortesia Los Angeles Magazine): o grande Carlitos de Oliveira e Bettina Brenna, durante um passeio pelas areias de Hermosa Beach, à maré vazia, para o ajudar a fazer a digestão depois de abusar do arroz de lentilhas.

Escuta aqui a música do nosso Carlitos:








happy days

Bom, para me estrear como "bloguista", nada melhor que começar com uma foto que adoro.
Data de 13 de Julho de 2007, dia em que o nosso querido amigo professor David fazia anos (poucos!).
A foto foi tirada depois de uma surfada no Pico da Mota, com umas ondas lindíssimas e o pico reservado para nós. Foi mágico!

As nossas caras não nos deixam mentir. :D

quarta-feira, 15 de abril de 2009

verdadeiras origens

Há pouco tempo, saiu o livro A Historia do Surf em Portugal - As Origens, mas os historiadores não foram às verdadeiras origens do surf, em que o pessoal ainda surfava simples poças de água!
Reparem, na foto, como se surfa um tubo de poça de água.
Na imagem, da esquerda para a direita: Isca, Brasa, Kim, Pikas e Jony (do capacete).

the master

Eheh, nem só de pisar bosta é feita a vida deste nosso amigo.
Gosto desta foto e decidi partilhá-la, em homenagem ao nosso "injecções" desaparecido.
Beijinhos para todos*

segunda-feira, 13 de abril de 2009

filosofia do pé cagado

Era de esperar. O fim-de-semana comprido trouxe a Peniche e ao Baleal uma chusma de gente e um papagueado colorido, com cheiro a Espanhas, Alemanhas e Américas, que fez da nossa Capital da Onda a Capital do Bife (os Algarves que se cuidem!).
Mas a grande nova não precisou de cruzar fronteiras e chegou fresquinha de Vila Franca. Após longa ausência (ainda há-de explicar-se aqui o que lhe deu sumiço), eis que aterrou no nosso Cantinho, como se fosse um OVNI, o mister Carlos de Oliveira, mais conhecido, pelos Oestes, por um sinónimo de “injecções”.
Desembarcou com fé pascal, pois mal colocou o pezinho em terra, provou com a boca do sapato umas amêndoas de cão. Dizem que é sorte. E ele apoiou-se no ditado, pois com o seu espírito à Jerry Lewis, fisgou um pauzinho para percorrer o labirinto da sola enquanto soltava com muito fairplay as suas típicas e alti-sonoras gargalhadas.
O crowd, aposto, matou com gosto saudades dele, pois como é hábito, no meio das ondas, o mister Carlos de Oliveira é o único que se ouve, nem que seja a rir.
Já imaginaram se fôssemos todos como ele?
Não tenho dúvidas: se todos ríssemos do nosso próprio pé cagado, o surf seria, certamente, uma espécie de “rave” da alegria, em vez do recreio de presidiários mal encarados e prontos a comerem-se uns aos outros, que é o que somos, muitas vezes, dentro de água, por esse mundo fora, pelo menos desde que o surf se industrializou.
Boas ondas, amigo!

domingo, 12 de abril de 2009

páscoa

No fim-de-semana da Páscoa, houve quem rezasse a pedir ondas...

terça-feira, 7 de abril de 2009

onda verde

- Não sei se hei-de ir surfar ou...
- Não precisas de dizer mais nada. Entre surfar e fazer outra coisa qualquer, eu escolhia surfar.
Pairava no ar, imaginem bem, o apelo do campo! Se isto é coisa de moer a cabeça a um verdadeiro surfista!
Estavam, até, assim a modos que engraçadas o raio das ondas. Mas não a ponto de convencerem completamente o nosso amigo David Caetano, também conhecido por Jack Kerouac das Dunas.
Meteu-se à boleia e foi para o pinhal.
Lá fui, também, apesar de já ter, àquela hora, enchido a barriga no Bar da Praia com carne de minhoca.
Em poucos minutos, passámos da areia para a caruma. Da maresia para o cheiro a pinho e a carne de porco.
Lá estava, então, o nosso Bakano, verdadeiro Saca dos barbecues, que não precisou de consultar o Jamie Oliver para transformar aquele pedaço do pinhal de Leiria numa cheirosa casa de jantar! O que é que eu vou cozinhar hoje para a malta? – terá pensado, enquanto se vestia ou barbeava, logo de manhã, muito cedo, às onze e meia.
Umas febrazitas, pois ‘tá claro!
E lá foi ele espalhar o cheiro do aftershave entre as velhotas que escolhiam moelas e entrecosto com os olhos franzidos e mordiscavam no preço do chispe, que “está muito caro, porque tudo está caro, desde que eles se lembraram de inventar o êro»...
- Ó tia Maria, deixe lá aviar as febras ao rapaz!
Bem que adivinhavas, ó Kerouac! Estavam bem boas! E, assim comidas, no meio do ar puro e com formigas, até me trouxeram a recordação das aventuras de camionete com os meus avós excursionistas, quando parávamos num parque de merendas a meio caminho da Senhora de Fátima ou das Grutas de Santo António, para um papo-sêco e uma gasosa no meio das moscas e dos cantares tradicionais acompanhados à consertina.
Só tenho pena de, nalquela altura, não existirem telemóveis com máquina fotográfica incorporada, e alguém que dissesse, para mais tarde recordar: «esta é para o blogue».

segunda-feira, 6 de abril de 2009

princípios

Uma imagem vale por mil palavras. Mas esta imagem, associada às palavras, não tem preço. Faz lembrar a célebre frase "Only a surfer knows the feeling".

sexta-feira, 3 de abril de 2009

cantinho do baú - "this is the sea"

Não faltam casos em que a história de uma banda se resume a um simples hit de verão, destinado a morrer como uma pobre pastilha elástica.
Nos anos oitenta, costumava apanhar, no Areeiro, ou na Praça de Espanha, a camionete para a Costa de Caparica com o “bacalhau” a reboque.
O advento da música digital encontrava-se ainda a umas boas milhas de distância, mas a meia hora de viagem entre a Lisboa turbulenta daquela altura e as praias de Almada não deixava de se cumprir com banda sonora a condizer (“...that was the river, this is the sea....").
Ainda conservo o obsoleto walkman da Sony que muitas vezes atravessou comigo a Ponte 25 de Abril, a engolir cassettes que gravava em casa com as minhas bandas favoritas, como era o caso dos The Waterboys.
Posso dar comigo, ainda hoje, a transportar-me facilmente para aquela época desde que escute a voz timbrada do Mike Scott e o álbum épico This is the Sea, de 1985, que é, na minha opinão, uma verdadeira obra-prima.
Quem não se lembra do clássico The Whole of the Moon, autêntico fenómeno que naquele ano caíu no ouvido de muitos jovens adolescentes e jorrou nas pistas de discoteca de todo o país?
Consigo ouvi-lo, à data presente, com o mesmo prazer que nos anos oitenta, bem como todos os restantes temas incluídos no álbum. Pastilha elástica?
Deixo-vos a faixa This is the Sea, incorporada, em 2004, na banda sonora de “Riding Giants” – excelente filme de Stacy Peralta e referência incontornável no documentário de surf e da onda grande, com a participação de figuras lendárias como Greg Noll, Jeff Clark e Laird Hamilton, entre outros.
Perfeita, admita-se, a combinação.
Ora vejam lá se gostam: