terça-feira, 30 de junho de 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

crónica feminina

- Sabem o que diz aqui na revista? O Brad Pitt, quando era pequeno, cortava as unhas dos pés com um canivete que utilizava depois para retalhar melancia! Diz que era doido por melancia!
- O quê?!
- ‘Tou-te a dizer! Estes gajos famosos são todos pirados! Há dias, no programa do Manuel Luís Goucha, contaram que, em miúdo, o Cristiano Ronaldo fez cocó na banheira quando a mãe lhe estava a dar banho e depois comeu.
- Comeu o cocó?!
- Comeu no focinho.
- Isso é tudo boatos!
- É, é!... Também é boato que vamos ter uma etapa do Campeonato do Mundo de Surf nos Supertubos, mesmo ao lado da caganeira do Molhe Leste?!
- Cheira-me que Peniche vai ‘tar cheio de bifes boé de giros!...
- Olha, eu de bifes não gosto! Tuga é que é! Não há nada que chegue ao meu Tony!...
- Qual Tony?
- ...O Carreira!
- Mas que panca, essa! É um bimbo!
- ‘Tá calada! Bimbos são os americanos! Consumiram 30 horas de telejornal a falar da mosca que o Obama assassinou!
- Isso é verdade... É mesmo não ter nada que fazer. Mas eu tenho. Vou-me embora para casa, que vai dar, na SIC, daqui a bocado, o Campeonato do Mundo de Danças de Salão.

domingo, 28 de junho de 2009

revelações de galileu dos mares

Esta foto está a ser revelada em primeira mão aqui no Cantinho's Place. Foi tirada numa certa festa de aniversário sem bolo, secretamente, a 1,5km de distância, daí o granulado e a má qualidade da imagem.
Enquando o Little Johnny se ocupava a catapultar bolinhas de papel com um garfo, Lapas e David trocavam ideias sobre a falsidade dos livros no que diz respeito à representação dos planetas do nosso Sistema Solar.
Vejam bem que, se reduzíssemos o nosso Planeta Terra ao tamanho de uma ervilha, para representarmos Saturno à escala, teríamos de o desenhar a 300m de distância na nossa folha de papel!
Estou a falar bem, Galileu dos mares?

Kisss ;)

sábado, 27 de junho de 2009

pirilampos???

Alguém aqui falou em fatos fluorescentes. Isto é que era estilo! Hahahahahahhaaha!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

no início era assim

Depois do convite do Luís para participar no Cantinho da Onda, blogue que faz parte do meu roteiro na net, fiquei a pensar no que poderia escrever.
E...
E nada melhor do que começar por recordar como era na minha praia, Paredes da Vitória (situada entre a Nazaré e S.Pedro Moel), em 1987.
Então, aqui vai:
As pranchas, só as dos bifes que passavam ocasionalmente. Eram twin ou single fin, pesadas e lentas, mas ideais para a iniciação.
Os fatos eram fluorescentes, frios e rijos. Era comum o pessoal ter o pescoço todo assado e a Nivea fazia parte integrante do material de surf.
O leash era meio elástico e foi responsável por eu passar esse Verão com os dentes de cima a abanar.
O wax, como não havia, era uma vela acesa a pingar o deck, ou então a fórmula artesanal: ± 80% parafina, 20% vaselina.
Faziam-se quilómetros só para não surfarmos sozinhos.
Uma prancha e um fato davam para dez! E ninguém sabia quais eram as suas marcas.
Não havia Bodyboard!
Assava-se a bela febra numa fogueira na praia p'ró almoço.
Víamos as ondas uns dos outros e comentávamos.
Ficávamos a ganhar quando vendíamos uma prancha!
Na praia, só havia um grupo, nem que fôssemos 30!
Sempre que víssemos alguém com uma prancha, íamos logo perguntar se a vendia.
No fim de semana, era certinho: para Peniche. Cinco, ou seis, se o Carriça fosse, no Renault 5 do Tatanka! E não havia A8 ou Ip6!...
P'ra cá, se o Carriça fosse e se adormecesse, levava na cabeça!!!...
Agora...
Agora, o surf está à venda e só está na mó de cima quem tem cartão. O poder das marcas desmembrou a nossa tribo e, na água, quanto melhor é o desempenho, maior a indiferença pelos que o rodeiam.
Existe uma escada hierática, na qual, agora, cada um de nós tem um lugar.
Mas não desanimem! Nós estamos no topo!
E, apesar de surpreendente, encontrei a tranquilidade daqueles anos no lotado Cantinho.

Saudações salgadas!

going

quinta-feira, 25 de junho de 2009

stairway to heaven

Se há uma escada para o Paraíso, bem pode ser a que o nosso amigo Oli, nesta imagem, utiliza para regressar, com a sua Eva, do Jardim do Éden.
Ele que, ultimamente, tem demonstrado um peculiar interesse pela escatologia, havendo mesmo, ao que parece, deslindado o mistério da extinção dos dinossauros, é do tempo em que a música usava barbas e cabelos compridos e a escadaria para o Paraíso era uma esplêndida canção com 8 minutos(!), capaz de fazer a todos os sons massificados dos tempos que correm o mesmo que fez o pequeno porquinho aos dinossauros.
Deixo-vos aqui esse verdadeiro tesouro. Lembrei-me dele ao rever a foto que tirei ao Oli num domingo à tarde, certamente já com a cabeça nas palavras do Robert Plant: “There’s a feeling I get, when I look to the West, and my spirit is crying for leaving”.

terça-feira, 23 de junho de 2009

mala de cartão

Acordo às sete, banhado em suor. Um duche rápido. Um par de calções. As havaianas. Tralha aviada e toca a rolar, com o meu canídeo por companhia, em direcção a uma península refrigerada lá para os Oestes, que é outro país. Há uma neblina hitchcockiana de certo ponto em diante, que empurra o mercúrio para menos dez graus.
Em poucos minutos, os olhos no Atlântico. Mas só close outs. À tarde, replay. ‘Bora partir mas é um melãozito para debaixo do toldo da carrinha do Lapas e dar uns peidos!
À noite, churrasco. Acompanhado com molho especial, “made in Chicago”, na rulote dos Griffiths. Gary Pucket e Otis Redding, sob uma lâmpada com mosquitos, e uma garrafa de mão em mão. Contam de James, o primogénito, que viera de Gales, há poucas semanas, com uma nove-oito, para ver o pai pular de contente perante a surpresa do novo brinquedo, como um miúdo de dez anos!
Blá, blá, blá e vem apartar-nos, à meia-noite, a cacimbada e a morte do brandy (lavo daí as minhas mãos).
Àquela hora, o Bar da Praia ainda acordava para o fandango do costume e nem a pobre da play list (que salada russa!), faria os turistas arredarem pé, que o importante era as cervejas e, sendo possível, conhecerem as línguas uns dos outros.
Domingo, negrelas.
Os óculos escuros? Onde é que estão os meus óculos escuros? Venha de lá uma bola de berlim, que estou sem óleo na vareta! Isto vai dar ondas!
Já a cheirá-las, e depois de rogar piedosamente à Senhora de Fátima o fim do exílio, ei-lo que surge, o mítico Pikas, vindo à boleia com a Linda de Suza, num belo carocha da cor do mar. Em menos de nada, celebramos com ele os sets que jorram como espumante sobre as cabeças.

o mistério da extinção dos dinossauros

sexta-feira, 19 de junho de 2009

reforço galáctico

O conhecido campeão de surf Miguel Pataias acaba de assinar contrato com o Cantinho da Onda (CO), aumentando assim para vinte e dois o número de team riders que representa o spot, em permanente crescimento desde Dezembro de 2008.
O acordo foi conseguido ao final da manhã de hoje, depois de a administração do CO e o empresário do antigo gatuno de coca-colas terem finalmente convergido nos detalhes da transferência.
Para a conclusão do processo negocial, que já se vinha arrastando há algumas semanas, muito contribuiu a vontade do atleta, que aceitou um ordenado apenas 50 euros superior ao auferido pelo futebolista Cristiano Ronaldo no Real Madrid, com a condição de poder continuar a fazer de duplo nos filmes de acção protagonizados por Paulo Portas e a descer umas ondas no seu spot particular, o exótico “Experiência71”.
Pataias, de 38 anos, que iniciou cedo a sua carreira aquática como pescador de carpas com pau de patareco, entra, assim, para a história do surf como o team rider mais bem pago de sempre na blogosfera da especialidade.
Um privilégio que, segundo o próprio, é um pau de dois bicos: «ficou assente no meu contrato que iria ter de trabalhar de vez em quando, o que não sucede com a maioria dos meus companheiros, que ganham muito e, segundo consta, não fazem nada!...», soltou, de fugida, à saída do Hotel Sol Peniche, onde decorreram as negociações, naquela que foi a sua primeira e, até agora, única declaração como filiado.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

a primeira vez

Todos nós nos recordamos da primeira vez.
Tão gentilmente, tão cuidadosamente, tão delicadamente, tão ... tão... tudo.
É assim que se espalha o wax, em círculos pequeninos, em círculos maiores, da direita para a esquerda, da esquerda para a direita, de trás para a frente, da frente para trás. sempre delicadamente.
Mas só na primeira vez, depois sabemos como é.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

ready made

Colocar um objecto fora do seu contexto primitivo, atribuindo-lhe uma função para a qual não estava originalmente destinado, é um acto estético nascido com o célebre Marcel Duchamp e a sua polémica "Fonte", o urinol invertido que revolucionou a arte do século XX.
Talvez inspirado no dito artista, existe um excêntrico que vai ter por mesa, na sua sala da casa de praia, quando for reformado, uma prancha de surf em madeira de balsa.
«Calhou-me por prémio», há-de afirmar, perante as visitas de circunstância que pousarem os copos em cima dela, e acrescentar: «juntamente com um burro!».
Vão perguntar-lhe o que fez ao asno e então lhes dirá que «foi devolvido à procedência, que não tinha espaço para o estacionar à porta de casa, nem vontade de fugir à Polícia Municipal por causa da falta do saco de plástico, que nem para o cão, quando se aliviava no meio da rua, o utilizava, quanto mais para o burro!...».
Quanto ao pranchão, que ready made faria dele Marcel Duchamp? Talvez uma espátula, daquelas gigantes, que nos enterravam na garganta para ver as amígdalas quando éramos pequenos, até nos fazerem soltar um vómito. Calem-se, que já me estou a agoniar!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

simplesmente... SURF

Já por várias vezes tentei definir o surf, e tudo o que me sai é "O surf é... brutal!" ou "O surf é uma cena excelente!!!". O mais certo é nunca conseguir uma definição que sirva.
Comecei a fazer surf porque era um sonho já antigo, porque queria experimentar a adrenalina de apanhar uma onda e de sentir a liberdade de estar solta no mar. A verdade foi que, para além de tudo isso, acabei por me descobrir a mim mesma. Eu, na minha forma mais pura, mais genuína, mais sincera. Como se a prancha fosse o objecto que me continuasse e que me ligasse de vez ao oceano. Dentro de água sou só eu, na minha simplicidade.
Já surfei para festejar, para comemorar coisas boas, mas também já surfei para afogar as tristezas. Já surfei na companhia de amigos, mas também já surfei para me afastar e estar longe de tudo. Já surfei por tudo e por nada e surfo só porque gosto.
Mais do que um desporto ou uma filosofia de vida, para mim o surf é uma forma de ser a pessoa que sou, para o bem e para o mal.
Eu comprei uma prancha e um fato, e o mar apoderou-se de mim. Passei a pertencer-lhe, de corpo e alma. Eu, a prancha e o mar somos o trio perfeito, completo. E cada surfada é sempre diferente, como diferentes são todas as ondas.
Sei que no dia em que me afastar do mar parte de mim vai definhar, como uma alga fora de água.

Boas ondas, amigos! :)

Na foto: Mimi (a prancha maravilha) a repousar no seu Cantinho.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

só pelas costas

Um feriadismo inusitado trouxe de súbito ao Baleal um ar de estância sulista. Sobretudo na quinta-feira, a praia enjoou-se de fatos-de-banho, nasceram filas no WC e a peguena barriga do parque automóvel encheu-se de gases, com cheiro a Agosto.
Mas essa alegria feriadista virou infortúnio, não longe dali, com o desaparecimento, na quarta-feira, em Santa Cruz, dum jovem banhista de 15 anos.
Deu-se a tragédia numa praia não vigiada (Mexilhoeira), como tantas outras da nossa costa, a provarem, todos os anos, desde cedo, ao Ministério da Defesa, que uma época balnear iniciada apenas a 15 de Junho num país que gera folgadamente seis meses de praia é crime público.
E gente habilitada para trabalhar é o que não vai faltando. Segundo dados conhecidos, o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) forma anualmente 1500 nadadores salvadores. Sendo que as praias portuguesas requerem, segundo a nossa legislação, a existência de 2 mil vigilantes, muitos sobejam para trabalharem em piscinas ou, simplesmente, mandarem à fava o ISN e os concessionários esclavagistas.
Não é o caso do nosso “Cazuza”, que, para o caçarem com o mar ao fundo, é mais que certo, só pelas costas... Orgulho do “Boss”, nem pisca a pestana enquanto engole, no Bar da Praia, em cinco minutos, a macrobiótica salada de frango.
Se, naquele dia, o mar ao fundo fosse o da Praia da Mexilhoeira...

terça-feira, 9 de junho de 2009

o senhor da guerra

Depois da publicação do artigo sobre democracia e liberdade pelo nosso amigo Lapas, deparo-me com esta cena da foto, em que alguém (PIKAS)prepara as suas tropas para o ataque às ondas.
Tal como antevi no post "The future", a guerra está próxima!
Cuidem-se, meus amigos!...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

crónica eleitoral, com prancha e burrinho

Em dia de eleições para o Parlamento Europeu, a afluência às urnas no Bar da Praia decorreu intensa durante todo o domingo, com os eleitores a terem direito a café grátis, bola de berlim com creme e palito para chiscar os dentes, além de uma senha numerada referente ao sorteio de um fantástico longboard em madeira de balsa e um burro ferrelejo para o transportar (na foto, o feliz contemplado).
A manhã foi aproveitada pelos principais concorrentes para exercerem perante os vários meios de comunicação presentes no local o seu direito de voto.

Fim das prioridades
O primeiro a tomar parte no acto solene foi o doutor Alexandre Catela, cabeça de lista pelo PSD (Partido dos Surfistas Dropinadores), que confessou à redacção do Cantinho da Onda a sua esperança num resultado vitorioso: «Estou confiante no triunfo do meu Partido. Com a minha eleição, procurarei legitimar todos os dropinadores deste país, terminando com essa velha invenção do radicalismo de esquerda que é a lei da prioridade única. Não podemos permitir a autocracia da onda e continuar a assistir a essa sem-vergonhice que é a exclusão do próximo! Viva o drop conjunto! (comigo à frente, claro...)».

Cápsulas milagrosas
Logo de seguida, foi a vez do líder do PS (Partido do Surf), engenheiro Nuno Saraiva. Debaixo duma autêntica chuva de flashes e microfones, o candidato não teve dúvidas em afirmar: «Estou convicto quanto à vitória do Partido do Surf, que é o verdadeiro partido de todos os surfistas. Com a minha eleição, está garantida a democratização deste desporto, com a compra, à Bayer, das cápsulas de fazer surfistas em apenas um dia, evitando o dispêndio de tempo e dinheiro nas escolas da modalidade e proporcionando aos bodyboarders o ambicionado salto evolucional. Por outro lado, garantirei o aumento da idade da reforma da classe surfista para os noventa anos! Uma medida que visa premiar todos os que remam alegremente contra a preguiça!».

Esquerda contemplativa
Quem veio lançar alguma crispação entre os presentes foi o antigo surfista e pescador de baleias Alberto Carvalho. O candidato pelo BE (Bloco das Esquerdas), fez questão em reiterar a medida preservacionista que é bandeira da sua campanha e que tem gerado alguma controvérsia entre os mais directos adversários: «O meu principal objectivo é devolver ao povo uma esquerda de excelência. Por isso, vou restringir o acesso ao pico do Lagide a surfistas locais. Para os bifes e outros visitantes, construirei um genuflexório em frente ao spot para que possam todos contemplá-lo sem o destruir. Esta medida proporcionará a todos os “goofies” a oportunidade de se inspirarem numa esquerda exemplar para, depois, irem brincar nas esquerdinhas dos seus quintais.»

Renovação da rede viária
Estas delcarações incendiariam as hostes mais à direita, levando mesmo o líder do CDS-PP (Centro das Direitas Secretas - Península de Peniche), brigadeiro Sérgio “Isca” Ramalho, a sugerir que «Não há razão para se querer proteger as esquerdas deixando as direitas numa situação claramente discriminatória. Sabemos bem que o senhor Alberto Carvalho visa com essa medida a privatização de um espaço onde poucos, além do seu próprio filho, terão oportunidade de se expressar. Pessoalmente, estou mais preocupado com a renovação da rede viária, nomeadamente com a construção, sobre a superfície dunar, de um trilho especial para circulação em moto4, entre Peniche e o Baleal, que na’ ‘tou pa’ andar a estrafegar nas filas de trânsito, em Julho e Agosto, o Ferrarizinho que o mê pai me deu », disse, já à saída, enquanto cuspia a pastilha elástica e procurava nas algibeiras dos calções a chave do bólide.

Autoclismo e camaleões
Mas o ponto alto deste acto eleitoral ocorreria já ao final da manhã, quando deu entrada no Bar da Praia, sob uma forte ovação, a conhecida ecologista e pioneira do surf em Portugal Teresa Ayala “Té”, cabeça de lista da CDU (Coligação Democrática do Universo): «Estou em condições de vos assegurar a instalação de um autoclismo gigante na ribeira do Molhe Leste e a limpeza diária das praias por políticos, militares e outros desocupados», começou por dizer, enquanto chiscava com o palito de oferta os dentes brilhantes. «No Bar da Praia, será instalada uma família de camaleões para apanhar as moscas que aterram nos bolos das pessoas depois de pousarem no cocó dos cães», acrescentou, rematando, em seguida, com o seu típico sentido prático: «Quem não gostar que se aguente que eu também tenho que me aguentar quando vou à casa de banho e ela está ocupada».

sábado, 6 de junho de 2009

aloha

Aqui vai mais um cheirinho de história surfística

quinta-feira, 4 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

lawrence da arábia

A primeira vez que experimentei na praia um colchão insuflado, o mar resolveu brincar comigo aos náufragos e o mimo do meu pai foi um par de galhetas, para não me armar à Robinson Crusoé.
Durante uns tempos, só tive direito a enfiar na água os tornozelos.
Mas fiquei a ruminar que ele deveria era ter estado lá para segurar o colchão quando veio a corrente, em vez de ter ficado na areia a fazer não sei o quê, para depois me sacudir as moscas quando a coisa não correu bem.
Hoje, quando vou com o meu filho de quatro anos para dentro de água com uma prancha de surf, lembro-me sempre desse episódio e faço questão de estar presente a cem por cento, para lhe inspirar confiança.
Ele, ao invés, prefere que o pai não perca tempo com ensinamentos e fique por ali, de braços cruzados, a constatar a sua precoce autosuficiência.
Foi o que tivemos no último domingo. Enquanto a amiga Ó-i-ó-ai se deixava guiar, ele lá teimou em dispensar a minha ajuda para se embrulhar numa espuminha e depois fugir, zangado com o surf.
Eu lá acordei que se, em vez brincar ao Kelly Slater, queria o tractor, era o tractor que teria, que esse, ao menos, não era preciso ensinarem-lhe a brincar com ele.
E já esquecido do Kelly Slater mostrou os seus dotes de Lawrence da Arábia, metendo um amigo a trabalhar para ele sem grandes ondas: «Ó David, faz-me aí uma garagem para o meu tractor, uma casa grande para eu morar, outra para o Pompeu, uma piscina grande e duas pequenas!».

terça-feira, 2 de junho de 2009

uma bem fresquinha!

O verão 'tá aí e aumentaram as vendas de pranchas

segunda-feira, 1 de junho de 2009

feliz dia da criança!

Queridos companheiros do cantinho, como não poderia deixar de ser, neste dia 1 de Junho, tinha que ser a Pek a escrever ;)

E é como criança que partilho convosco uns versinhos escritos por umas mãos parecidas com estas, embora um pouco mais pequenas, em tempos em que os sonhos pareciam não acabar e a inspiração pulsava, ainda pura. Espero que gostem, e quanto à data... sim, fizeram bem as contas.



Uma vela acesa,
ilumina toda a mesa.
basta apenas soprar,
para a chama se apagar,
chama penetrante,
reflectida,
no meu olhar distante,
que vê a vida,
chama penetrante,
sobre o mar.
No meu sonho distante,
navegar.

Rita Marteleira, 1997

p.s. - quem é a giraça a pôr wax?? ;)