quinta-feira, 14 de maio de 2009

flor das índias

Numa altura em que já começa a fazer-se sentir o cheiro das férias, é muito normal sofrermos de miragens:
Pequenas praias de areia branca e recifes de coral, onde quebram as ondas que só visitamos nas revistas e noutros veículos à distância, que é como cheirar, quando estamos com fome, uma iguaria que nos encontramos impedidos de comer.
Foi justamente para contrariar este sofrimento que o meu amigo e colega de trabalho Paulo Vieira, surfista indefectível de longa data e habitué da Caparica (é por lá que vive), se antecipou aos meses da turba e ganhou asas para as Maldivas, durante dez dias!
- Surfava, das seis às nove da manhã, com água a 28 graus(!), uma onda perfeita, que até cansava! Depois de almoço, voltava lá para dentro mais umas horas... – Revelou-me, vaidoso, com os dentes mais brancos do que nunca a sobressaírem-lhe no meio do rosto acobreado.
- E a digestão?!
- Mas qual digestão! Não há choque térmico, ‘tás à vontade...
Imaginei-me, imediatamente, mergulhado num caldo azul cerúleo, a descer umas boas e a arrotar a lagosta.
Adaaran Hudhuran Fushi é o nome do sítio, uma das maiores ilhas das Maldivas, no atol de Malé Norte.
Para o Paulo, que é goofy, nem foi preciso gastar tempo e dinheiro em surfaris:
- Tinha uma esquerda, na praia em frente, longa e sem crowd, sempre a funcionar. No tempo extra, fazia mergulho e ao fim da tarde bebia umas jolas na esplanada do Surf Bar, a ver as ondas e o pôr-do-sol.
Deve ter sido cá um enjoo...
- Manda-me lá umas fotos, para pôr no blogue!
Não se fez rogado, pois, apesar de até ter quebrado uma prancha ao meio, ter visto tubarões e quase ser mordido por uma tartaruga, vai sempre lembrar para o resto da vida aqueles instantes no paraíso a que o distante Marco Polo chamou um dia de Flor das Índias.

1 comentário:

Sérgio "Isca" Ramalho disse...

Mas tu meu amigo Lapas ainda pagava para te ver entrar na água depois de comer qualquer coisita...