terça-feira, 1 de junho de 2010

people

1. Os amigos são para as ocasiões
O nosso Pedro “Oli” voltou ao Cantinho no último fim-de-semana, onde já não aparecia, pelo menos que eu o constatasse, desde a última celebração da República.
Talvez por se encontrar notoriamente mais elegante (parece que, agora, só come alfaces e bebe Ice Tea), não lhe apeteceu alombar, desde a Costa da Caparica, até à Capital da Onda, com o seu clássico bacalhau à Tom Blake, que pesa cem quilos.
Quem acabou por pagar as favas foi o bom do Saraiva, que numa espécie de serviço personalizado ao domicílio, lá apareceu no seu Mercedes magnânimo, de cuja bagageira a cheirar a wax fez emergir o brinquedinho que faltava ao Oli para ser um pouco mais feliz naquele dia. Os amigos são para as ocasiões...


2. Filho de peixe...
Single fins e uma carrinha “pão-de-forma”: se forem à página 75 da “História do Surf em Portugal”, elas estão lá. Nada que espante, dado o tema do livro. Mas não é de objectos que vos venho falar, sob o risco de contradizer o título principal deste post. Sugiro, portanto, que espreitem as caras a preto e branco de quem lá aparece e exercitem o vosso talento de detectives para descobrirem qual daquelas criaturas viu a sua jovem cabeça transformar-se na impecável “pista de aterragem” do nosso amigo Alberto Reis.
Entre um momento e o outro, passaram, seguramente, milhares de aviões. O que não passou foi a febre do mar. Essa doença benigna de que o nosso herói da página 75 já tem herdeiro, a comprovar pelo abraço cúmplice, depois dumas ondas em família. Filho de peixe...


3. Afinal, quem é a noiva?
Imagina dez raparigas, que não conheces de lado nenhum, a comemorarem uma despedida de solteira num surf camp. Imagina que és o Sérgio “Isca” Ramalho e que vais lá estar. Que comes gambas e mexilhões na mesa ao lado, utilizando os dedos todos, como um bárbaro, enquanto as moças, afinal muito bem educadas e sem sinais de devassidão, limpam aristocraticamente os lábios aos guardanapos e falam baixinho como as freiras.
«Boa noite, amigas! Vamos lá a ver uma coisa: afinal, quem é a noiva? Ah, és tu! Então, ‘bora lá fazer um brinde. Toma lá este copo de vinho e bebe isso tudo duma assentada quando eu disser. Um, dois, três: viva a noiva!» (glu, glu, glu glu...).
Findo o discurso, maior que o sermão de Santo António aos peixes, e terminada a garrafa de vinho que só o orador bebeu, as moças foram fazer óó. Nunca se viu um homem gastar tanto latim para nada.


4. Mike
Se Peniche é um local famigerado pela abundância de peixe, também o é pelos bifes, os quais, pelo menos desde o início dos anos 60’, partilham com a fauna local o mar que envolve a península, desde o Medão ao Baleal, passando pelo Cabo Carvoeiro.
A sua presença deixou, por isso, de constituir uma novidade há já muito tempo. E, apesar de nos deixarmos, muitas vezes, incomodar com uma certa ocupação territorial costeira, o que nos advém, talvez, duma crescente falta de espaço, não daríamos, certamente, preferência a uma Capital da Onda orgulhosamente só, até porque, se fechássemos a porta do quintal, a cidade assim promovida nem sequer existiria.
Mike arribou a meio da semana, vindo de Bristol (Inglaterra), com três pranchas e um saxofone. Conheci-o num jantar imprevisível, depois de o ter dropinado três vezes naquela tarde de sexta-feira, sem saber que se tratava da mesma pessoa. Constatei esse facto na manhã do dia seguinte, quando o vi aparecer no Cantinho com uma bela twin fin azul, descaradamente familiar...
Por infortúnio, quis o destino, e os amigos do alheio, que regressasse sem ela à Grã-Bretanha, após um descuido fugaz. Para compensar, levou na bagagem a nossa amizade e vontade de sobra para voltar um dia à Capital da Onda. Aloha, Mike! Nice to meet you!

2 comentários:

Sérgio "Isca" Ramalho disse...

nem só pelo surf se ruma ao Baleal no fim de semana...e digo mais, viva a noiva...e a garrafa de vinho, que também era bom...

LPata disse...

voçês deixaram fugir a noiva..já me contaram tudo..eheheheh