quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

outras ondas

Com sol aos montes e surf à escolha por todo o lado, os quatro dias no Cantinho durante a quadra carnavalesca quase pareceram fantasia. Do carnaval, propriamente dito, nem o cheiro, “grass za deuz”. Com excepção das duas conchitas que deram à costa no dealbar da terça-feira gorda, ainda a arrastar debaixo do sol os restos da noite.
Uma era freira, e rezava, enjoada, com voz de cortiça, o manual do sexo. A outra vinha do faroeste, com tranças índias e borsalino, depois de já ter perdido as pistolas.
O nosso “Isca” ficou a medi-las, a ver qual delas trajava melhor. Lá no seu íntimo, talvez desejasse vestir o hábito e montar um puro sangue, para se ir com as duas até ao Arneiro da Milhariças, fazer vistaça na freguesia, onde é conhecido por andar aos tiros com a pressão de ar.
Mas lá deixou regressar as pombas à vida delas, quer dizer: direito ao ninho, que mal se tinham de pé.
E foi desfilar com a velha máscara de creme Nívea para debaixo do sol, montando umas ondas, antes que o levasse para vergar a mola a quarta-feira, de nome bem próprio: dia de cinzas.