terça-feira, 27 de abril de 2010

naquele tempo é que era bom!

Naquela altura, as tábuas de engomar eram um autêntico objecto de culto e faziam as delícias das donas de casa em todo o planeta. Destacavam-se, sobretudo, por uma enorme versatilidade. Eram óptimas para passar lençóis e atoalhados. E transformavam-se facilmente em tampos de mesa, o que dava um jeito extraordinário às famílias numerosas.
As nossas avós não se atreviam a viver sem elas, sendo, então, bastante comum em todas as casas a existência de quatro ou cinco exemplares, cuja compra o próprio estado financiava, para promover o brio feminino e a felicidade do lar.
Este fenómeno resultaria, em pouco tempo, numa admirável mutação atlética da mulher (que nem Darwin explicaria), dotando-se então a fêmea humana dum porte invulgarmente saudável, do tipo daquele que se vê na imagem (obrigado à dona Teresinha, que tem hoje 90 anos e nos cedeu, para ilustrar este texto, a fotografia onde posa, em jovem, ajoelhada sobre a sua companheira de sempre).
Teresinha Ayala, que é hoje, como todos sabem, a presidente honorária do Clube das Tábuas de Engomar da Península de Peniche (CTEPP), não conseguiu esconder a sua emoção quando a contactámos para lhe dizer que pretendíamos publicar no blogue uma breve nota sobre a vida doméstica do seu tempo: «Naquela altura é que era bom!», referiu, «fartávamo-nos de labutar, mas, com tábuas daquelas, as colchas de linho e os cortinados da sala não ficavam com um único vinco! E, quando dávamos por nós, parecíamos o Tarzan Taborda e até nos crescia o buço!».
Ah, grande Teresinha!

1 comentário:

Oli disse...

Um abraço á Teresa que continue a dar o exemplo que as velhinhas são os trapos os anos passam e os cães ladram.