segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sacanas sem lei

Na dispensa e no frigorífico, já só havia ar. Haviam de parar, ao correr da estrada, para roubarem marmelos (daqueles biológicos, onde moram as moscas e as lagartas). Não é que fossem uns unhas-de-fome e não pudessem matar o bicho num restaurante qualquer. Mas o atum, o feijão branco e outras delícias enlatadas assaltavam-lhes teimosamente os pratos de plástico, que lavavam com pão até que neles se conseguisse reflectir a lua.
Só variaram no último dia, depois da derradeira batalha no meio das ondas lhes ter levado o que lhes restava de energia e tê-los feito sentirem-se aptos a devorarem uma centena de javalis, como o Obelix. Mas contentaram-se com um parente do Bugs Bunny, assassinado a sangue frio num amigável tasco alemão à beira da estrada. Enquanto posavam para o passarinho e iam soltando umas graçolas e umas bombinhas de mau cheiro, já o desgraçado do animal esticava o pernil, para os esperar numa improvável travessa de loiça de Sacavém, cortado aos bocados. À Tarantino.

3 comentários:

Pikas disse...

Que dizer!
Três dias de bem estar... com os amigos.
Mais dias como esses...e seriamos todos mais felizes!

Sérgio "Isca" Ramalho disse...

Põe feliz nisso amigo...

Anónimo disse...

o lapas em grande estilo de pranchão.muito bem amigo mais pareçes aquele do 69 anos que ainda faz surf e muito bem,
sacana sem lei nao ,sacana que não que fazer nada ou será da idade??????????