segunda-feira, 31 de agosto de 2009

oásis

Não gosto particularmente do mês de Agosto. Dos rebanhos de gente à beira-mar e das ondas enxameadas de pranchas.
Tenho, no entanto, de admitir que o mar do Oeste ainda vai sendo um oásis, se o compararmos com o das praias mais a Sul, sobretudo as urbanas.
As três semanas em que “morei” no Baleal durante o mês da confusão souberam a férias noutro país. Ele houve nevoeiro, ventinho do belo, chuvinha outonal e noites vestidas de casaquinho, enquanto o resto do terrunho reagia aos termómetros com a língua de fora.
Peniche dá ares de criatura frígida e, talvez por isso, sentem vontade de arrepiar caminho os veraneantes e os domingueiros assim que passam a fronteira do Alto Veríssimo.
Eu, se pudesse, ainda lá estava, gozando os encantos dessa alegada frigidez, de que aprendi, demoradamente, a suspeitar. Ainda lá estava, algures numa onda, partilhada com os amigos, debaixo da chuva ou da neblina que enfurecem quem para lá vai com o objectivo de se bronzear a apanhar conquilhas ou a jogar às raquetes.
Mas lá vou ter de tirar do saco as minhas pistolas, para brincar aos contribuintes por mais um ano, enquanto carrego munições aos fins-de-semana.

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